Cresce número de demissões voluntárias este ano no país

Pesquisa realizada pela gerência de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Previdência mostra que está crescendo no Brasil o número de demissões voluntárias, ou seja, aquelas solicitadas pelos próprios trabalhadores. Foram 2,9 milhões de janeiro a maio deste ano, aumento de 32,5% em relação ao mesmo período de 2021. Essa modalidade representou 33,4% de todos os desligamentos registrados nesses cinco meses.

Segundo a psicóloga Mônica Campelo, o fenômeno da grande renúncia implicará em novas reflexões sobre a importância do trabalho versus a importância da qualidade de vida, incluindo saúde mental e maior convívio com a família. Novas formas de inverter a prioridade do trabalho, produtividade, motivação, competição e outros fatores que “sequestravam” as pessoas do seu convívio familiar, fazem parte das mudanças trazidas pela pandemia.

Diante da nova modalidade que surgiu pós-pandemia, as empresas, especialmente as políticas de Recursos humanos para contratação e retenção de talentos, possivelmente também passarão por revisão dos objetivos.

“A pandemia trouxe para nós a coragem de fazer escolhas e que na relação entre colaboradores e empresas será repensada. Todos devem ganhar, tanto a empresa como a produtividade e os colaboradores no seu direito de fazer escolhas em prol da qualidade de vida e saúde mental” diz a psicóloga.

As empresas nos últimos tempos têm aumentado a demanda, para redução de custos com equipes enxutas, em troca do “conforto do home office”, uma modalidade que deve ser considerada como algo novo e possível de se fazer, sem que haja aumento da carga de trabalho, controle de vigilância, com a mesma pressão de antes, sem considerar que todos podem fazer o seu trabalho com responsabilidade e comprometimento, porém, tais competências não é o tanto que se fica online, mas sim o resultado da entrega do trabalho.