STF decide contra validade da “revisão da vida toda”; Sindicato lamenta

O Supremo Tribunal Federal decidiu nesta quinta-feira (21) contra a validade da chamada “revisão da vida toda”. A corte voltou atrás no entendimento firmado sobre o tema em 2022, quando decidiu, por 6 votos a 5, oferecer aos aposentados que se enquadram na regra de transição prevista na Lei 9.876/1999 a possibilidade de usar todas as contribuições, inclusive as anteriores a 1994, caso fosse mais benéfico. Na ocasião, o tribunal analisou, em repercussão geral, o RE 1.276.977.

A decisão desta quinta foi dada em duas ações diretas de inconstitucionalidade que tratavam, entre outras coisas, da regra de transição prevista na lei de 1999. A maioria, puxada pelo posicionamento do ministro Cristiano Zanin, entendeu que os aposentados não podem mais optar entre utilizar ou não as contribuições anteriores ao Plano Real.

Insegurança jurídica

Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi) reagiu e disse que a decisão é “lamentável”. Em nota divulgada nesta sexta (22), o Sindicato afirmou que a decisão: “impossibilita o aposentado de escolher o melhor cálculo de seu benefício” e que ao conceder um direito e depois retirá-lo, o Supremo estaria gerando “insegurança jurídica”.

Leia abaixo a nota:

Indignação

Lamentável a decisão do STF em julgamento das duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que estavam paradas desde 1999 no Supremo e que tratavam da regra de transição definida pela Lei 9.876/1999, que definiu a regra de transição a ser usada para os cálculos de aposentadoria.

A decisão dos ministros, ao acatarem as ADIs impossibilita o aposentado de escolher o melhor cálculo de seu benefício. Assim, na prática, o STF invalidou o seu julgamento de dezembro de 2022, quando aceitou a possibilidade da Revisão da Vida Toda.

Uma decisão que, apesar de não ter ilegalidade técnica, gera grande insegurança jurídica ao conceder um direito e depois retirá-lo.

Nós, do Sindicato Nacional dos Aposentados Pensionistas e Idosos _ Sindnapi, partilhamos com nossos sócios a indignação desse triste dia na história da Justiça de nosso País, mas pedimos que não desanimem e informamos que seguiremos firmes na luta pelos direitos dos aposentados, pensionistas e idosos, no trabalho diário pela cidadania e garantir dignidade à população.

Créditos Foto: Gustavo Moreno